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A autora fala do seu livro assim...

 

A magia da vida expressa-se na entrega. Na vontade que se manifesta no centro do poder maior – anahata – o chacra cardíaco – o “inviolado”, o centro da pureza da matriz original- o centro do amor - Munay. Este centro, quando activado, passa de uma cor escura a outra muito brilhante, manifestando-se um som imaterial, sem início, nem fim. 
Êxtase. 
Estado de Graça. 
Regresso a Casa.
Paz.
E esta alquimia desperta-nos para o Sagrado e o Espírito em todas as coisas. Leva-nos através de um caminho de conhecimento, de poder pessoal, e reconhecimento da sacralidade em toda a criação. Mostra-nos que somos células de uma teia una. E que contribuímos, em vibração, para a harmonia dessa teia.
Na antiguidade, a contemplação da natureza trouxe à luz do conhecimento dos alquimistas, o que hoje reza a física quântica: tudo no universo está interligado. Essa visão Una de tudo o que existe, harmoniza-nos. Liberta-nos do medo da morte. É a paz da compreensão da simplicidade no absoluto.

E de que formas se manifesta a consciência cósmica no coração dos homens?
Sinto que não escrevi este livro, mas que ele se escreveu através de mim. As palavras brotavam das mãos, assim como pássaros encarcerados que há muito almejavam melodias de liberdade - uma liberdade a ser cumprida. Em urgência. E assim, se manifestou esta escrita. No reflexo de um sentir emergente, de uma força motriz de iniciativa e de vontade. E na autenticidade desta magia sentida, pautada por uma presença intuitiva, surgia, sem aviso, a dança das palavras, na escrita de um desenho que vinha de dentro, além. 
Surgiu então o murmúrio do sonho -“ E o sonho comanda a Vida”.
Um sonho que viajou pelos segredos do mundo, ganhou asas e fez-se realidade.
Os textos, escritos de forma aleatória na linha do tempo, harmonizaram-se em sete temas. Sete temas que se oferecem, em ensejo, numa viagem sensorial que se quer alquímica.

E assim se fez este livro, na exteriorização do que Sou e do meu próprio processo de resgate da minha alquimia. Num sentimento de doação de um momento, na vontade expressa de ser, de alguma forma, a Ponte para uma vibração interior, onde reside a centelha transformadora – a essência alquímica.

“Alquimiza-te!”, pede este livro que te abraça. Usa o teu poder pessoal, não procures fora de ti o que já existe dentro, não te adies. Cumpre-te. Alquimiza-te!

Usando o apelido de família “Ponte”, assino este livro. É o convite para participar nesta dança das esferas, para permitir, assim como uma ponte permite, a caminhada para além do conhecido... do esquecido.

E assim já sentia Rumi, poeta sufista:

"Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, tornaste-te planta,
e mais tarde, animal.
Como pode isto ser segredo para ti?

Finalmente, foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla o teu corpo - um punhado de pó -
vê quão perfeito se tornou!

Quando tiveres cumprido a tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e a tua estação há de ser o céu."

Este é um livro para Sentir a cada dia, em cada palavra, em cada pincelada de cor, em cada sussurro cantado à Alma...
Este é um livro para ti, para ti e ... para ti que permites a Alquimia.

Helena da Ponte
28.01.2015

 

 

Alquimia de uma alma por Teresa Tomé

Texto da apresentação do livro por Teresa Tomé na cerimónia de lançamento

 28 de janeiro | Foyer Coliseu Micaelense

"Alquimia de uma Alma" de Helena da Ponte

 

 

Eis um livro que a autora dedica a ti – a cada um de nós “que permite a alquimia!”
E, alquimia é um assunto sério! 
No imaginário de alguns, alquimia refere-se a um processo de laboratório, bastante misterioso é certo, algo que terá precedido a própria ciência e que tinha a ver com metais como o ferro, o mercúrio ou o ouro. Porém, Alquimia é mais importante do que isso e como diz Helena da Ponte ao chamar a este livro “Alquimia de uma alma”, estamos perante uma “experiência” espiritual, que a longo prazo se poderá transformar, através de um processo de purificação, em substanciação do corpo. Trata-se em ambos os casos de operações de natureza tântrica, respeitantes portanto a uma técnica espiritual e não a uma ciência pré-química. 
O objetivo dessa “experiência espiritual é atingir a libertação, por isso Helena escreveu:
…A cada passo respira Liberdade! Dança nos Ecos da tua essência! Sente a vida que em ti se transmuta … alquimiza-te!

A palavra ressoa dentro de nós! – ALQUIMIZA-TE! Acorda em nós vibrações que vêm do fundo do tempo e parece um código de abertura para algo que eu fui e sempre serei! Então como rasgar o véu? Como rasgar o véu e desvendar o mistério de ti próprio/a? 
A Autora começa por falar de vibração – como se tu fosses um som, onde refluiu a música das esferas. Tudo tem som, música e movimento, mas para que possas escutar é necessário silêncio por isso e seguindo o primeiro passo deste livro vos proponho a todos um momento de silêncio! E, silêncio para quê? Para escutares a tua própria música. A princípio não esperes nada muito elaborado como uma valsa, uma sinfonia ou sequer uma simples frase musical. Coloca a atenção na zona dos ouvidos e escuta-te! …

(pausa para silêncio)

Depois de te escutares, ouve o que diz a autora: - "Sente a expressão do teu interior, como se fosses um vulcão à beira do momento eruptivo, como a onda que ainda não é onda e que pode ser, como a lagoa que se estende nas margens desta cratera e espelha o infinito céu …” 
Atingiste o final do começo do processo alquímico, reconheces que tens matéria – tens terra, água, ar e fogo - para o trabalho que vai seguir-se.
Tem então início a fase que os alquimistas chamam de Obra Menor e que se subdivide em duas: Nigredo e Solutio. Preparemo-nos pois o Nigredo está eivado de sombra – podemos citar James Hillman que escreveu: “o Chão da alma é escuro”, por isso a maior parte das pessoas fica por aqui. Se o fizeres evitas alguns problemas, talvez muita dor, mas ficarás sempre no limiar de ti próprio que é outra forma pungente que doí. Então não desistas e faz de forma diferente, segue o conselho da autora na segunda etapa deste livro que ela chamou de harmonia : “E a cada respirar ajeito emoções ao vento e no ar desenho movimentos suaves de aceitação. Vislumbro um espaço novo que se mostra e doo-me ao sentimento de que tudo está certo. Tudo está no seu lugar” ou ainda sublinhando: Aceita que cada momento é como devia ser!
Segue-se a fase da Solutio: nesta fase damos continuidade ao trabalho efectuado no Nigredo, na realidade estas duas fases são como as duas faces de uma mesma moeda, tal como o preto e o branco do símbolo yin e yang se fundem e são um reflexo um do outro. Agora convém seguir o conselho do alquimista: Vai ter com a mulher que lava os seus lençóis e faz como ela.
Na Soluttio entramos na brancura que está para além da escuridão: passamos da emoção ao sentimento, do plexo solar ao coração. Helena da Ponte escreve na terceira parte do livro: “Vejo uma tela branca imensa de possibilidades”
A Solutio tem implicações poderosas ela contem em si um desafio à pureza e pode fazer vir à tona tudo o que resistimos em relação a isso e voltamos à leitura de “Alquimia de uma alma” : … “O mar movia-se em catarse, purificava-se para testemunhar o que iria acontecer…”
A obra alquímica requer a Solutio e Solutio é purificação, mais uma vez não é um processo fácil. Apetece-te recuar? Lamento, mas já não é possível, uma vez o processo iniciado não podes voltar para trás. 
Numa acepção muito real estás a entrar no desconhecido – a ir para o mar – a experiência pode ser semelhante a ter uma estranha sensação de ficar suspenso, de perder o equilíbrio. Surgem todo o tipo de imagens aquáticas. Estamos a efectuar uma viagem nocturna por mar, algures entre dois locais e não conseguimos ver nenhum deles. Agora, reparem na semelhança com o que Helena da Ponte escreve no texto “Uma Alma, uma ilha”: O mar (…) segredava nas praias e amansava-se, em efervescência, nas escarpas daquele ponto insular. Agitava a dança dos cardumes em desenhos de espuma, em túneis líquidos, em doçuras melódicas que soavam nas suas ondas e que se projectavam pelo Atlântico fora, até encontrar outra margem em pólo oposto e complementar.
Mas, reparem que já estamos longe do Nigredo, já podemos fazer algo - estamos no espaço do coração. Durante a Solutio podemos muitas vezes apaixonar-nos (ou de igual modo a paixão pode morrer), mas poderá haver dificuldade em saber o que é real e o que é sonho … por isso nesta terceira fase a autora nos propõe que sonhemos e quanto melhor for o sonho, melhor será o resultado da obra alquímica. …“O que queres para o novo mundo? O que queres verdadeiramente? O que sentes?” E, aqui está contido um dos muitos secretos conselhos alquímicos: Sonha e Sente e repito : O que queres para o novo mundo? O que sentes?
E, proponho uma nova pausa de silêncio para que cada um de nós possa sonhar e sentir um mundo novo para si e para todos em redor e por cima deste planeta.Pausa para sonhar)

Entramos na Obra Maior. Na obra Maior existem também duas fases: Coagulatio e Rubedo. A Coagulatio traz-nos de volta à terra – estamos na quarta fase do processo o que corresponde à quarta parte do livro de Helena. Ela chama-lhe de “Liberdade”. Vejamos o que dizem os alquimistas. Depois da Solutio não podemos subir mais, temos de descer. Espírito na matéria e matéria no espírito, a matéria a tornar-se espírito! Helena escreve de forma poética como é aliás escrito todo este livro: “Faz-te leve e colorido na dança da brisa que ascende no sopro de um sorriso … Vento que voa e participa no voo de quem voa. Quem comanda o vento? Quem voa é o próprio vento que comanda quem voa? Leia-se vento como Espírito, como sopro vital e criador e estaremos aptos a perceber que o título deste livro não foi em vão, que este livro não foi em vão, ele veio para falar do Vento que voa e participa do voo de quem voa. 
O céu desceu à terra nesta fase do processo alquímico e torna-nos aptos para a fase seguinte do Rubedo, Helena da Ponte chama-o de “Caminho” e escreve: “Este é o tempo de percorrer o caminho verdadeiro, de resgatar a herança da humanidade e de saciar a sede das nossas raízes ancestrais. Este é o tempo para honrar a sacralidade que em nós existe”. No evangelho Essénio da Paz escreve-se “Pois o nosso Pai celestial é amor, Pois a nossa Mãe terrena é amor, Pois o filho do homem é amor”. Tudo vem do ser único e volta ao ser único através do ser único e para o ser único. Estamos no domínio definitivo da sacralidade de que fala a autora. 
No seu poema Vacilação, o escritor Willian Buttler Yeats descreve uma maravilhosa epifania: Há muito que eu fizera cinquenta anos, e ali estava eu, um homem solitário, num movimentado café de Londres. Um livro aberto e uma chávena vazia em cima da mesa de mármore. Enquanto olhava para o café e para a rua senti subitamente o meu corpo em chamas; e durante cerca de vinte minutos pareceu-me tão grande era a minha felicidade, que era abençoado e podia abençoar. 
O poema de Yeats transporta-nos já para a sexta parte do processo alquímico. Em sintonia Helena escreve: “É nos simples momentos que reencontramos a nossa essência …” tal como na observação humilde de uma chávena de café sobre um tampo de mármore.
Deixamos o Rubedo para trás, o momento pertence agora à “ROSA MUNDI”, a autora chamou-lhe “Ecos de Essência” Agora eu sei quem sou! Divino, Uno, Perfeito! E ponto final, o resto é corolário.
Continuas no coração – porque apenas o coração consegue ver quem somos: apenas o coração pode conhecer o verdadeiro ouro.
A autora escreve: “Apura alquimias de luz que bebe consciência e se eleva. Conduz o coração ao infinito onde és tudo e nada em simples fragrância.”
Chegamos ao fim da obra, com O maiúsculo pois falta apenas fazer um resumo para deixar e encorajar os vindouros. 
Antero de Quental resumiu tudo no seguinte poema:

Fecundou! …. Se eu nas mãos tomo um punhado de poeira do chão,
Da triste areia,
E interrogo os arcanos do seu fado,

O pó cresce ante mim … engrossa …. Alteia ….
E, com pasmo, nas mãos vejo que tenho um espírito!
O pó tornou-se ideia!

Ó profunda visão, mistério estranho!
Há quem habita ali, e mudo e quedo
Invisível está sendo tamanho!
……..
Um mesmo nome em tudo está Escrito ….

Eis quanto me ensinou a voz do vento!

Helena da Ponte termina o seu livro com um último capítulo que intitula “Vida”. Na realidade Vida é o corolário de tudo isto. Saíste da Vida e voltas à Vida tudo em maiúsculo. Saíste de Alfa e realizaste uma grande viagem que te conduziu por mar, por terra, água e fogo para por fim, para em ómega, saberes, num saber de consciência feito, que és igual a alfa de onde saíste. Foste iniciado na obra maior. Não desistas!

Seria injusto terminar a apresentação deste livro sem uma referência às ilustrações também da autoria da Helena. Nestes desenhos expressa-se sem dúvida uma alma delicada, a mesma que foi capaz de sentir por si só o processo alquímico. Parabéns e obrigada pela dádiva deste teu trabalho, pela tua mestria que nos ilumina o caminho. Obrigada por este livro que de hoje em diante estará na minha cabeceira.

Teresa Tomé

 

Alquimia de uma Alma
Alquimia - a transmutação de qualquer metal em ouro, a analogia entre a matéria e a alma. A passagem da densidade para a luz refinada do Ser, em essência. O elixir da longa vida - a compreensão do que somos - consciência cósmica.

Alquimia de uma Alma… Na verdade a Alma não sofre Alquimia, nem transformação. A Alma é plena, pura, grandiosa. Mas para o Ser que se transmuta, que morre em chumbo e renasce em ouro, e atende aos apelos da sua natureza, da sua Alma perfeita, assim se sente - matéria que alquimicamente se transforma. 
Em magia.
A vida é um eterno processo de alquimia. 
A solução química da vida resulta da dissolução do pensar, do sentir e do querer. Neste processo alquímico, onde está pautada a energia espiritual, a intuição, a chama da alma, ocorre a ligação irreversível destes elementos, que de tão essenciais, se tornam unos. Imprescindível é permitir. Silenciar e ouvir. Vibrar nesse silêncio. Atender aos urgentes pedidos da alma, abraçar a sombra interna e transmutá-la, em entrega amorosa e em pleno resgate do poder pessoal, em matéria sublime – o ouro alquímico – a essência. Caminhar, assim, nas estradas da vida, recriando cada direção, potenciando cada sentido.

A Alquimia interior é a busca do grande mistério… a vida. Afinal, somos seres espirituais a viver uma experiência humana, na qual, se permitida, pode estar contemplada essa metamorfose – a vibração plena do Ser.

 


© 2015  por Helena da Ponte | Alquimicamente criado com Wix.com

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